Segundo Ricardo Chimirri Candia, a Segurança e Saúde no Trabalho (SST) passou por transformações significativas, impulsionadas principalmente pela pandemia de COVID-19 e pela rápida digitalização dos ambientes corporativos. A necessidade de adaptação a novos formatos de trabalho trouxe à tona questões antes secundárias, como a ergonomia digital e o bem-estar emocional dos trabalhadores. Com isso, as organizações estão sendo desafiadas a repensar suas estratégias de SST, priorizando abordagens mais humanas, tecnológicas e preventivas.
Como a ergonomia digital está redefinindo o trabalho remoto?
A ergonomia digital tornou-se uma das principais preocupações das empresas no cenário pós-pandemia, especialmente com a consolidação do trabalho remoto. Ajustes simples, como a adequação da altura da tela do computador ou a escolha correta da cadeira, passaram a impactar diretamente a produtividade e a saúde do colaborador. Além disso, o tempo prolongado diante das telas exige pausas regulares, alongamentos e orientações específicas para evitar problemas osteomusculares.
Outra dimensão importante da ergonomia digital é o uso consciente das tecnologias. Softwares, aplicativos e plataformas precisam ser intuitivos, acessíveis e alinhados às rotinas de trabalho para reduzir o estresse e a sobrecarga informacional. Ricardo Chimirri Candia explica que as empresas que investem em treinamentos e avaliações ergonômicas virtuais contribuem para um ambiente mais saudável e funcional, mesmo fora do escritório tradicional.
Quais os impactos da saúde mental na produtividade e segurança no trabalho?
A saúde mental passou a ser um pilar central nas políticas de SST após a pandemia, à medida que o número de casos de ansiedade, depressão e burnout aumentou significativamente. Colaboradores emocionalmente fragilizados tendem a apresentar menor rendimento, mais afastamentos e maior risco de acidentes de trabalho. Por isso, o cuidado com o bem-estar psicológico deixou de ser um diferencial e passou a ser uma exigência estratégica para as organizações.

Investir em saúde mental significa, também, criar ambientes de trabalho mais empáticos e abertos ao diálogo. Iniciativas como programas de escuta ativa, acesso a psicólogos, jornadas mais flexíveis e campanhas de conscientização têm se mostrado eficazes na redução de sofrimento psíquico e na promoção de uma cultura organizacional mais saudável. Ricardo Chimirri Candia expõe que empresas que adotam essas práticas observam melhorias no clima organizacional e em seus indicadores de desempenho.
Como a tecnologia está impulsionando a evolução da SST?
A transformação digital também chegou à SST com o uso de ferramentas de monitoramento, análise de dados e inteligência artificial para prevenir riscos e otimizar processos. Plataformas digitais ajudam a identificar padrões de comportamento que indicam fadiga, estresse ou hábitos inseguros, permitindo intervenções antecipadas. Isso torna a gestão de saúde ocupacional mais precisa, personalizada e eficaz.
Conforme frisa Ricardo Chimirri Candia, os dispositivos vestíveis, como relógios inteligentes e sensores de postura, fornecem dados em tempo real sobre a saúde dos colaboradores. Isso permite às empresas adotar ações preventivas com base em informações concretas. A tecnologia, quando bem aplicada, se transforma em uma aliada poderosa na construção de ambientes mais seguros, saudáveis e sustentáveis.
SST como estratégia para o futuro do trabalho
As tendências em SST revelam que cuidar da saúde física e mental dos colaboradores é mais do que uma obrigação legal — é uma estratégia inteligente para o sucesso organizacional. Da ergonomia digital ao acolhimento emocional, passando pela inovação tecnológica, cada iniciativa fortalece a cultura de prevenção e valoriza o ser humano no centro das decisões. Em um mundo corporativo em constante transformação, investir em SST é investir em longevidade, engajamento e produtividade.
Autor: Wagner Schneider