As mudanças climáticas representam um dos maiores desafios do século, impactando diretamente setores estratégicos da economia. Segundo Cicero Viana Filho, o setor de seguros está entre os mais afetados, já que eventos climáticos extremos, como enchentes, secas prolongadas, furacões e incêndios florestais, aumentam os riscos e exigem novas abordagens. Diante desse cenário, as políticas de seguros estão passando por transformações profundas para atender às novas necessidades da sociedade e garantir a sustentabilidade do setor. Entenda!
Por que as mudanças climáticas desafiam o setor de seguros?
O aumento da frequência e intensidade dos desastres naturais tem gerado indenizações mais elevadas e colocado em risco a viabilidade de muitos contratos tradicionais de seguro. Esse contexto força as seguradoras a revisar seus modelos de cálculo de risco, incorporando dados climáticos e projeções científicas em suas análises.
Cicero Viana Filho explica que essa adaptação é fundamental para que as companhias consigam precificar de forma justa e, ao mesmo tempo, manter sua capacidade de pagamento diante de catástrofes recorrentes. A integração de ciência climática aos processos de subscrição tornou-se uma ferramenta essencial para o equilíbrio entre rentabilidade e proteção do segurado.
Como as seguradoras estão ajustando seus modelos de risco?
As políticas de seguros estão evoluindo para contemplar novas variáveis que antes não eram consideradas prioritárias. Modelos de risco agora incorporam mapas de vulnerabilidade, simulações de cenários futuros e análises de longo prazo sobre a exposição a fenômenos climáticos. Esse movimento não apenas protege as seguradoras, mas também dá mais confiança aos consumidores que buscam proteção em tempos de incerteza ambiental.
Além dos ajustes nos modelos de risco, Cicero Viana Filho destaca que os produtos de seguros estão sendo reformulados para responder às novas ameaças climáticas. Estão surgindo apólices específicas para riscos climáticos, como cobertura contra enchentes em áreas urbanas, seguro agrícola adaptado a secas prolongadas e produtos voltados para pequenas empresas impactadas por fenômenos ambientais.

Como a sustentabilidade está integrada às políticas de seguros?
As seguradoras também estão alinhando suas estratégias a princípios de sustentabilidade. Investimentos em projetos de energia limpa, incentivo a práticas de gestão ambiental e apoio a comunidades vulneráveis fazem parte das novas diretrizes de responsabilidade social do setor. Essa integração fortalece a reputação das empresas e cria um ciclo positivo, onde a proteção financeira se une à preservação ambiental.
De acordo com especialistas, essa abordagem sustentável contribui não somente para reduzir riscos no longo prazo, mas também para atrair clientes que valorizam empresas comprometidas com causas socioambientais. A incorporação de critérios ambientais, sociais e de governança (ESG) tornou-se um diferencial competitivo e uma exigência do mercado internacional.
Como os clientes estão reagindo às mudanças nas apólices?
A percepção do consumidor também está mudando. Muitos clientes reconhecem a gravidade das mudanças climáticas e estão mais dispostos a contratar seguros específicos para se proteger contra riscos ambientais. Esse novo comportamento impulsiona a criação de soluções flexíveis e acessíveis, capazes de atender tanto grandes corporações quanto famílias em regiões vulneráveis.
Essa conscientização do consumidor pressiona as seguradoras a desenvolverem produtos mais inovadores e acessíveis, garantindo que a proteção seja uma realidade para diferentes camadas da sociedade. Por fim, Cicero Viana Filho frisa que as mudanças climáticas estão redesenhando a forma como o setor de seguros opera no mundo inteiro. Ajustes nos modelos de risco, criação de novos produtos e integração da sustentabilidade são alguns dos caminhos adotados para enfrentar um cenário cada vez mais desafiador.
As seguradoras que conseguirem alinhar inovação, responsabilidade ambiental e transparência regulatória terão melhores condições de prosperar e oferecer segurança em um mundo marcado pela instabilidade climática.
Autor: Wagner Schneider