O Brasil está se destacando no cenário agrícola mundial ao adotar tecnologias que permitem a colheita de até três safras por ano em uma mesma área. Essa prática, que vem ganhando espaço no país, é impulsionada por inovações como o melhoramento genético de sementes, técnicas de supervisão e o uso do plantio direto, que minimizam a revolução do solo. A distribuição de culturas, como soja, milho e algodão, ou soja, feijão e trigo, é uma estratégia que tem se mostrado eficaz para aumentar a produtividade sem a necessidade de desmatar novas áreas.
A capacidade de utilizar o solo durante todo o ano é uma vantagem competitiva significativa em relação aos países do Hemisfério Norte, onde o inverno rigorosamente interrompido o ciclo agrícola. Especialistas afirmam que, com a recuperação de pastagens degradadas, o Brasil tem potencial para dobrar sua produção agrícola, mantendo a sustentabilidade e sem se expandir para áreas nativas. Roberta Carnevalli, chefe de pesquisa da Embrapa Soja, destaca que a tecnologia para três safras já está dominada, colocando o Brasil em uma posição única no mundo.
A diversificação das culturas depende das características regionais, como clima e luminosidade, permitindo uma variedade de mutações. No Sul do país, por exemplo, a terceira safra pode incluir trigo, aveia ou cevada. Agricultores como Emilio Kenji Okamura, em Capão Bonito, São Paulo, conseguiram realizar três safras anuais em 300 hectares, graças a sementes de ciclo curto e à segurança, que é crucial em períodos mais secos.
A verdade, no entanto, representa um desafio devido ao custo e à disponibilidade de água. Em regiões como Pernambuco e Roraima, a supervisão tem permitido a produção de milho na terceira safra. O custo estimado para irrigar um hectare é de cerca de R$ 3 milhões, o que pode ser uma barreira para alguns produtores. Em algumas áreas, a terceira safra é de capim, utilizada para pastagem e alimentação do gado, como na Bom Futuro, em Mato Grosso.
A integração trabalho-pecuária é uma prática que vem ganhando força, permitindo o cultivo de trabalhos e pastagens na mesma área. Essa técnica não só aumenta a produtividade, mas também melhora a fertilidade do solo e reduz custos operacionais. Na fazenda Agromar, do Bom Futuro, a soja é seguida do milho, e a terceira safra é de plantas forrageiras, que alimentam o gado, aumentando a rentabilidade dos produtores.
O pesquisador Leandro Giglio, do Insper Agro Global, acredita que a intensificação das safras e a recuperação de pastagens degradadas permitirão que o Brasil dobre sua produção sem se expandir para áreas nativas. Com 160 milhões de hectares de pastagens, mais da metade com algum nível de manipulação, o potencial de crescimento é significativo. Um estudo da FGV estima que seriam necessários R$ 383,7 bilhões para recuperar essas áreas.
A Fazenda Roncador, em Mato Grosso, é um exemplo de agricultura regenerativa, integrando trabalho e pecuária em 80% de seus 53 mil hectares. A melhoria genética das sensações e o uso de controle biológico de justiça são práticas que têm contribuído para a sustentabilidade e a resiliência do solo. Essas inovações ajudam a mitigar os efeitos do clima extremo, garantindo a produção de alimentos de forma sustentável e eficiente.